terça-feira, 6 de agosto de 2013

Vazio



Arrancado o sorriso dos amargos lábios tristes antes mesmo de ser saboreado
Chorar pelo quê?
Se todo sentimento já não é capaz de me fazer sentir

Qual o sentido da tristeza quando não se pode enxergar o outro lado?
Já que não existe a luz sem a escuridão, todo meu sentimento se torna em vão

Como aquilo que não completa mas existe na falta
Na falta que faz existir
A falta que pulsa o movimento da vida pela busca de um sentir
E no vazio dos meus olhos habita essa falta

A falta que me faz querer morrer
A falta que me faz querer viver
A falta que se faz palpável enquanto grita por deixar de ser

A falta que me cega, entonteia e repugna
Essa falta que encontrou dentro do meu peito abrigo eterno para sua dor
Que faz parte de mim e de tudo que eu sou

Quisera eu viver sem ela e quem sabe adotar o amor
Quem encontra a beleza na vida também já sentiu dor
Mas quem vive de dor não pode viver de amor

E tem o sorriso arrancado...
Assim, antes mesmo de ser saboreado.



19 de junho de 2012.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Alma mundohumana



Na expressão do sentimento habita a alma da verdade
Que dança entre os homens o ritmo da loucura
Existindo na mente como uma brisa ausente
Que se faz presente num momento real

Canta a vida
Alegre, ferida e sentida
Na voz de quem já não ouve mais seu próprio canto
Perdido em si mesmo
Reproduz o espanto de viver o não viver
De poder o não poder

O som da vida na sola de um sapato
Nos pés de uma passista
No embalo da antiga vitrola
Que com seus cabelos brancos
Torna o ócio dócil
E a vida mais fácil

Por mais dolorosa que seja à dança
transformar tristeza em beleza
O mundo se torna brando
Em sua exuberância tom de mel
Latejante a cada passo
Em cada acorde
Em cada gesto
Em cada olhar de desespero
Harmonizando a expressão da alma mundohumana
Nas entranhas da terra
Farta de sangue, suor e desejo.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Programação da IV Janela Internacional de Cinema do Recife



Foi divulgada a programação da IV Janela Internacional de Cinema, que exibirá os filmes de Kubrick conforme eu havia comentado no post passado.

Cinema São Luiz (cidade)
5/11 (Sábado) 22:30h - Laranja Mecânica
6/11 (Domingo) 15h - Spartacus
7/11 (Segunda) 21:15h - Glória feita de sangue
8/11 (Terça) 21h - Lolita
9/11 (Quarta) 18:30h - Nascido para matar
10/11 (Quinta) 16:30h - De olhos bem fechados
11/11 (Sexta) 22h - O iluminado
12/11 (Sábado) 16:15h - O grande golpe / 22:30h - 2001 Uma odisseia do espaço
13/11 (Domingo) 17h - Dr. Fantástico / 19h - Barry Lyndon


Cinema da Fundação (Derby)
12/11 (Sábado) 18:30 - A morte passou perto

Também será exibido Melancolia, do Lars Von Trier, que eu comentei a alguns posts atrás quando assisti na Fundação e achei muito muito bom! Quem tiver a chance de assistir no cinema , vale muito mais a pena que assistir em casa! Incomparável!

10/11 (Quinta) 21:15h - Melancolia
11/11 (Sexta) 17:15h - Melancolia


Coloquei quase exclusivamente a programação dos filmes do Stanley, porém serão exibidos vários outros longas brasileiros e internacionais em diferentes horários em ambos os cinemas, serão 160 filmes ao total, quem tiver interesse na programação completa:

http://www.folhape.com.br/images/stories/_tabelas/programacao_dia%20_a_dia.pdf





PARTICIPEM!

sábado, 15 de outubro de 2011

Festival Stanley Kubrick



O 4º Festival Janela Internacional de Cinema, anunciou que de 4 a 13 de novembro, serão exibidos, no Cinema São Luiz, 12 dos 13 longas do cineasta americano Stanley Kubrick. A retrospectiva é homenagem ao clássico Laranja mecânica (A clockwork orange, 1971), que completa 40 anos.
Laranja mecânica é um dos mais aclamados filmes do cineasta. O longa, adaptação do romance homônimo de 1962 do escritor inglês Anthony Burgess. Se tornou sucesso ao unir música clássica e anarquismo, em um bem fundamentado debate sobre violência, juventude e filosofia. Com ele, o cineasta foi indicado a quatro Oscars, sem faturar nenhum, provavelmente devido às polêmicas geradas pelo filme.

Durante a maratona serão exibidos:

A Morte Passou por Perto (Killer’s Kiss, 1955)
O Grande Golpe (The Killing, 1956)
Glória Feita de Sangue (Paths of Glory, 1957)
Spartacus (1960)
Lolita (1962)
Dr. Fantástico (Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb, 1964)
2001: Uma Odisséia no Espaço (2001 A Space Odissey, 1968)
Barry Lyndon (1975)
O Iluminado (The Shining, 1980)
Nascido para Matar (Full Metal Jacket, 1987)
De Olhos Bem Fechados (Eyes Wide Shut, 1999)
Laranja Mecânica (Clockwork Orange1971), cuja cópia foi restaurada em 4K e apresentada no último Festival de Cannes, em maio.

Quem ficou de fora foi Medo e desejo (Fear and desire, 1953), seu primeiro longa-metragem, que  foi tirado de circulação porque o cineasta o considerava "amador", e até hoje está fora de catálogo. É possível, porém, assisti-lo na internet.

Não encontrei as datas e os horários específico dos filmes, acredito que não foram divulgados ainda.
Será uma oportunidade única de ver esses clássicos no cinema! Para mim e para todos que são fissurados por Laranja Mecânica será imperdível e inesquecível! Já começei a contar os dias e não vou perder nenhum minuto do festival!


terça-feira, 4 de outubro de 2011

O poeta e o ator


Isso é coisa de poeta
que não se encaixa onde dizer

Faz parte da tormenta
de não saber porque viver

Acredita na certeza de nunca encontrar
e no medo de um dia descobrir
e daí então, tudo terminar

Isso é coisa de ator
que não se cabe mais em fingir
e a cada novo papel
peca por deixar de existir

Faz parte da tormenta
de não saber como viver

Acredita em todas as incertezas
por medo da verdade no que é dito
pois se um dia encontrar o seu papel
nada mais terá sentido

Assim chora o poeta
Assim chora o ator
Escondidos pela arte
camuflam a própria dor

O sofrimento transforma em cor
Da vida, enxergam o amor
Da morte, sentem o odor
E o sofrimento transforma em cor

O poeta não tem medo de ser triste
O ator vive tudo que existe

Seja lá o que seja triste
quiçá o que existe
na mente de um artista.



sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A teoria da verdade



 Enquanto pegava um ônibus estranho, numa cidade que não era a minha, conversava com uns amigos
sobre religião, e todo o poder que ela exerce. Dois deles eram céticos e uma pensava como eu . Durante a discussão pensei muito sobre o valor da verdade.
 Freud enquanto estudava suas histéricas chegou a uma brilhante conclusão ao dizer: "Não acredito mais nas minhas histéricas". Ele observou que muito do que era relatado por elas não havia de fato acontecido, mas isso não importava, pois apenas o fato delas acreditarem que o que diziam era real, já era o bastante para produzir os sintomas traumáticos.
Eis ai o valor da verdade.
Quando se pensa na religião, nas crenças e nas práticas religiosas, muito se critica, muito se questiona e muito se modifica. Acho que já falei algumas vezes sobre o desespero humano pela busca da verdade, mas o que é a verdade de verdade? A verdade sempre será para nós temporária, assim como para a ciência, que patenteou as verdades do mundo e nunca cansa de se contradizer (não desmerecendo a importâncias das contradições). As verdades históricas que se modificam a cada nova descoberta, as verdades religiosas que tem o papel de dar ao povo aquilo que ele precisa, as verdade políticas que deram tanta esperança ao povo, dentre outras tantas milhões de verdades.
O que se pode dizer sobre elas?
São falsas? Verdadeiras?
A verdade é que criamos a verdade que melhor convém ao nosso enredo. Como já disse algum filósofo, a partir do momento em que olhamos para um objeto, mudamos a verdade sobre ele. Se 3 pessoas diferentes olharem para uma mesma árvore, no mesmo instante, haverá 3 teorias diferentes sobre o que é uma árvore. Então qual a verdade da árvore?
Todas. Ou nenhuma.
Se João olha para a árvore e diz que ela é capaz de falar, ele pode ouvir a sua voz, e isso não fará dele um mentiroso. Assim como para uma histérica ou um esquizofrênico, a sua verdade é capaz de modificar a sua vida e atuar sobre ela, pois o que importa é o VALOR da verdade.
O que eu quero dizer é que o homem é pura prepotência quando se vê diante de uma verdade e acredita ser absoluta e universal, tão universal que quer que todos os outros humanos no universo compartilhem de sua crença. Como fazem os céticos radicais, os evangelizadores que se intitulam salvadores da humanidade perdida, dentre tantos outros que se deixam dominar pela percepção que tem do mundo.
Essa busca pela verdade crua é como descascar uma cebola, a cada camada retirada você encontra uma nova e diferente, se encanta com ela até perceber que há outra por baixo, e após remover várias camadas, chega ao miolo e percebe que não há nada lá. E a cebola se torna dezenas de camadas em suas mãos e cada uma contendo sua verdade pra contar, juntando todas elas se percebe que não é preciso existir um centro, um ponto, um Deus universal, para que tudo exista de fato. As coisas simplesmente possuem a sua verdade e as pessoas o seu poder de interpretação, elas coexistem no mesmo espaço a sua maneira de modo a serem modificadas como for mais conveniente. Não cabe a ninguém querer ser o enviado de Deus, o anjo salvador ou o sábio filósofo que levará a luz à caverna dos menos esclarecidos.
Se há uma verdade que torna as pessoas melhores em seu mundo e que as façam mais felizes, não importa que verdade seja essa.
Os céticos não acreditam num metafísico, mas não podem saber se existe ou não, simplesmente escolhem não acreditar. Larguemos essa bobagem de radicalismo e reconheçamos nossa inferioridade humana na grandeza do universo. Aceite todas as verdades e escolha a sua.
Não vale à pena enlouquecer pelo incompreensível. É bom tentar compreender, as vezes necessário, mas nunca acredite que compreendeu. Seria ingênuo demais.



                                                                                  Imagem: Alex Grey

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Lançamento



Lançamento do livro ‘UM LUGAR ESCURO – BASEADO EM UMA HISTÓRIA REAL






Leonardo Zegur, escritor carioca, conta a história de um jovem discriminado pela sociedade por não possuir os padrões exigidos pela cultura popular


O livro UM LUGAR NO ESCURO – BASEADO EM UMA HISTÓRIA REAL, de Leonardo Zegur, primeiro de sua carreira como escritor, aborda temas atuais como descriminação, bullying e vício em tecnologia e internet. A história foi baseada em elementos da vida de dois amigos do autor. O lançamento será no dia 08 de outubro de 2011, às 19h, no Espaço Multifoco.

O autor define o livro como um romance psicológico naturalista, em que narra a história de um jovem carioca, morador da Zona Norte, tentando coexistir em uma sociedade onde é discriminado por não possuir os padrões exigidos pela cultura popular local. Na tentativa de se posicionar dentro de outra realidade, o jovem se transforma numa pessoa que nunca quis ser, sofrendo assim com as consequências deste comportamento.

A trama, que acontece no Rio de Janeiro, dentre muitos bairros, Quintino e Encantado, mostra que para lidar com o sentimento de rejeição, o protagonista acaba se envolvendo em uma onda de assassinatos canalizados em moças jovens e bonitas. Com a divulgação destas notícias nos tabloides, o jovem atrai seguidores em todo Brasil que se identificam com suas causas.

Para que o leitor pudesse participar integralmente e se colocar como personagem principal da trama, o autor, de forma proposital, preferiu não dar nome ao protagonista. Além disso, o livro mostra um Rio de Janeiro sobre outro ponto de vista, presumindo consequências desencadeadas pelas falhas do sistema que rege a sociedade.
Com um texto denso e extremamente visual, UM LUGAR NO ESCURO – BASEADO EM UMA HISTÓRIA REAL, sinaliza que a vida em uma sociedade complexa não é tão simples. Cada minuto que se passa é uma vitória, vencendo todo tipo de preconceito.

Sobre o autor
Leonardo Zegur, é um escritor carioca, de 28 anos. Psicólogo, sempre em formação, passou pela Escola de Música Villa-Lobos. Entre suas paixões, além da música, estão a fotografia e a pintura. Como contador de história descobriu que o dote da escrita não se restringe a uma excelsa dádiva e, a partir daí, começou a fazer do papel o portal de entrada para seus mundos de criatividade. 

Serviço

Lançamento do livro “UM LUGAR ESCURO – BASEADO EM UMA HISTÓRIA REAL”                                                                                                                
Data: 08/10/2011
Hora: 19h
Local: Espaço Multifoco – Avenida Men de Sá, 126 – Lapa
*Entrada Franca



                                                                                                                                                                   Vale muito a pena conferir, quem quiser conhecer um pouco mais do trabalho e das idéias de Leonardo Zegur
 é só dar uma conferida no blog:  http://umlugarescuro.blogspot.com/