domingo, 22 de maio de 2011

Ponto de equilíbrio



 A influência religiosa na vida de alguém é muito mais de âmbito emocional que racional. Isso é fato.
As pessoas dizem procurar respostas na religião, encontrar razão para as coisas, se sentirem completas. Não se quer ser racional dentro de uma igreja porque isso não se faz necessário, quando se lê a bíblia e escuta o padre ou o pastor falando de Deus e de suas leis de nada vai servir a racionalidade quando nada daquilo pode ser contestado, não há espaço para aquele que o faz dentro de uma casa de Deus.  Não se busca uma religião para fazer perguntas, mas para ouvir respostas. O que a religião trás é um preenchimento espiritual na vida de muitas pessoas. Elas não querem questionar, não precisam disso, o que  lhes é dado é o bastante e tem tantas resposta para tudo que mal sobra espaço para algum tipo de dúvida.

 A crítica dessa alienação é logicamente enorme, pois é evidente que do ponto de vista racional e lógico muito de tudo aquilo que se acredita piamente não faz o menor sentido. Só que o que ninguém admite é a enorme importância que ela tem para as pessoas. O mundo não pode e nem deve viver sem essas crenças, que apesar de irracionais e alienadoras são essenciais e é o que move a humanidade. As pessoas encontram na religião uma resposta a um anseio espiritual por um destino de sua existência, um direcionamento, e apesar de muitas vezes absurda, a religião exerce sim um papel de extrema importância na sociedade e não pode ser descartada. Por mais que a ciência, a filosofia, revolucionem o pensamento religioso esse sempre existirá com um quê de alienação, pois há uma porção do homem que necessita de uma ligação com um metafísico como forma de esperança. A relatividade do mundo as vezes nos deixa angustiados, nenhuma verdade que conhecemos é eterna e nunca saberemos nada ao certo, a volatilidade com que o mundo gira tira um pouco da nossa esperança de vida, surge então essa necessidade de uma crença celestial, espiritual, divina, cósmica, ou seja lá qual for, para que se tome algo como verdadeiro, como foco para que com o girar da terra não percamos o equilíbrio, algo que acreditamos que permanecerá imutável e existente mesmo que todas as coisas do mundo permaneçam em mudança. Assim, acredito que a inconstância do mundo torna as pessoas mais suscetíveis a essas crenças metafísicas, não só um desejo de respostas, preenchimento, explicação para as coisas do mundo, mas como uma forma de se ater a algo que acreditando plenamente que é real e existente que nos acende a esperança de um futuro menos incerto e um presente mais direcionado, não simplesmente uma existência jogada a sorte do vento e levada para qualquer lugar algum.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Genética ou Social?

 

Encontrei esse vídeo no facebook de alguem agora e aproveitei para dar uma lida sobre o tema e resolvi trazer pra cá pra saber opiniões a respeito, e ainda pego bigú prum trabalho da facu! :B

Assistindo esse vídeo surge a velha pergunta:
  - A homossexualidade é determinada geneticamente, ou é resultado da educação ou do meio ambiente em que se é criado?

Dean Hamer, geneticista americano, sustenta  a tese de que a homossexualidade tem determinação genética. Ele diz ter descoberto genes numa determinada região, que ele chamou de GAY-1, associados a homossexualidade. Tal hipótese não teve muita credibilidade no meio científico americano, mas seus defensores dizem  haver uma lógica: "se os genes transmitem as características hereditárias e contêm 'instruções' para a fabricação das substâncias que fazem os organismos funcionarem, também poderia lançar a probabilidade de homossexuais (assumidos ou não) terem filhos também homossexuais. É uma tese que coloca oa homossexualidade não como uma opção ou estilo de vida, mas como resultado de uma variação genética.
Por outro lado,  psicólogos e psicanalistas chamam essa teoria de ''no mínimo simplismo científico''. Daryl Bem, psicólogo americano, pesquisa a formação intra-familiar do homossexual e diz que pesa muito mais na determinação da homossexualidade do que os fatores genéticos. Outros psicólogos valorizam ainda a vivência fora do contexto familiar.
Existe uma tendência a achar o fator genético absurdo, e principalmente a idéia de querer encontrar esse gene, porém analisando os dois lados podemos pensar ainda nas pessoas que desde pequena já apresentam uma preferência pelas brincadeiras do sexo oposto por exemplo, e com o passar  dos anosse tornam homossexuais, e aqueles que dizem que sempre souberam da sua homossexualidade, desde crianças, mas não sabiam o que era. ( Depoimento de Ricky Martin por exemplo, que se assumiu depois de adulto). 

Enfim, a ciência como sempre, desemprenha sua função de querer encontrar explicação empírica pra tudo. Nesse assunto é bastante criticada por considerar a homossexualidade como uma doença e querer encontrar esse tal gente gay para que se desenvolva uma cura!  Eu acredito que assim como todas as capacidades e preferências que desenvolvemos possuem tanto influência genética quando do ambiente social, assim também é com a homossexualidade. Resta saber o quanto cada um desses fatores interfere.
Uma crítica feita a essa difusão da igualdade, da luta contra o preconceito com homossexuais na sociedade, nas escolas, é o medo de muitos pais de que seus filhos considerem tudo isso muito ''normal'' e desenvolvam uma tendência homossexual, protestando contra as campanhas de aceitação social. Existem diversar opiniões a respeito do assunto. Há os que dizem que se Deus nos fez de um jeito não devemos ir contra a vontade dele, ele criou o homem para a mulher e é assim que deve ser. Há também os que defendem a felicidade acima de qualquer coisa, não importa com quem, o que importa é o amor. 

Julgamentos, opiniões, preconceitos, críticas... diante de tudo isso muita coisa está mudando.
Casamento gay já foi legalizado, alguns ja conseguiram adotar ciranças.
Acredito eu que a tendência é realmente um mundo onde a felicidade seja prezada acima de qualquer preconceito ou imposição social. A força da expressão humana não consegue permanecer contida eternamente  e se propaga de diferentes formas no decorrer dos anos. É como uma forma de muitas pessoas olharem para o mundo e dizerem: '' Eu estou aqui! Eu existo!''. Um se tornar, um passar a ser, numa sociedade onde cada vez menos se tem tempo para as relações familiares e sociais e onde o amor, o carinho, a atenção precisando ter hora marcada, talvez tudo isso seja mesmo um ato de desespero. A medida que o mundo se torna cada vez mais mecânico e frenético as pessoas sentem a felicidade quase como uma utopia. Como é difícil ser feliz hoje em dia! Cada vez mais doenças surgindo, remédios e mais remédios, a depressão rolando a solta desenfreadamente... o homem precisa encontar uma forma de extrapolar essa angústia que ele reprime, que a sociedade atual lhe imprime, e assim, busca através de diferentes formas, essas que não eram tão necessárias a séculos atrás, encontrar a tão almejada felicidade que parece cada vez mais distante e inalcansável.

E o homem enlouquece junto com o mundo. Apenas uma questão de adaptação e sobrevivência.

domingo, 15 de maio de 2011

Sozinho com todo mundo

a carne cobre os ossos
e colocam uma mente
ali dentro e
algumas vezes uma alma,
e as mulheres quebram
vasos contra as paredes
e os homens bebem
demais
e ninguem encontra o
par ideal
mas seguem na
procura
rastejando para dentro e para fora
dos leitos.
a carne cobre
os ossos e a
carne busca
muito mais do que mera
carne.


de fato, não há qualquer
chance:
estamos todos presos
a um destino
singular.


ninguém nunca encontra
o par ideal.


as lixeiras da cidade se completam
os ferros-velhos se completam
os hospícios se completam
as sepulturas se completam


nada mais
se completa.






                       Bukowski

Dica de filme


Como eu deveria ter passado o domingo inteiro estudando e eu passei pelomenos metade dele dormindo, eu resolvi dedicar a outra metade ao bolo de filmes que eu arrumei pra assistir. Dos que eu assisti hoje o que eu mais gostei foi esse, The last temptation of Christ.
Um filme intrigante e polêmico

Trata da parte humana de Jesus Cristo, suas tentações, medos e conflitos interiores
Trás uma nova concepção de Judas e de toda a sua jornada
Toda a parte a história que foi totalmente ignorada
Um filme de Martin Scorcese baseado no best-seller de Nikos Kazantzakis.
Vale a pena assistir.

Download torrent:
http://isohunt.com/torrent_details/122144621/the+last+temptation+of+christ?tab=summary

Legendahttp://legendas.tv/index.php?opcao=buscarlegenda

sábado, 14 de maio de 2011

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Abre aspas

''Creio na verdade fundamental de todas as grandes religiões do mundo. Creio que são todas concedidas por Deus e creio que eram necessárias para os povos a quem essas religiões foram reveladas.E creio que se pudéssemos todos ler as escrituras das diferentes fés, sob o ponto de vista de seus respectivos seguidores, haveríamos de descobrir que, no fundo, foram todas a mesma coisa e sempre úteis umas às outras.''



Mahatma Gandhi

Um cavalo de olhos azul-esverdeados



o que você vê é aquilo que vê:
os hospícios raramente
estão visíveis


que continuemos caminhando por aí
e nos coçando e acendendo
cigarros


é mais miraculoso


do que os banhos das beldades
do que as rosas e as mariposas.

sentar-se em um pequeno quarto
e beber uma latinha de cerveja
e fechar um cigarro
ouvindo Brahms
em um radinho vermelho


é como ter voltado 
de uma dúzia de batalhas
com vida


ouvir o som
da geladeira


enquanto beldades banhadas apodrecem


e as laranjas e maçãs
rolam para longe.








                                                                                    Charles Bukowski, O amor é um cão dos diabos.

terça-feira, 3 de maio de 2011

''Religion is Bulshit''







George Carlin foi um humorista, autor e ator norte-americano e crítico da sociedade, o que lhe tornou famoso e ao mesmo tempo fez com que fosse preso algumas vezes.

''O Paradoxo do Nosso Tempo

Nós bebemos demais, fumamos demais, gastamos sem critérios, dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e rezamos raramente.

Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores. Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos freqüentemente. Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos.

Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio.

Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.

Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos.

Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.

Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos menos.

Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.

Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados.

Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas "mágicas".

Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa.

Uma era que leva essa carta a você, e uma era que te permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar 'delete'.''

 

No YT tem outros vídeos ótimos dele tbm, como ''Save the planet''. Muitoo bom , se puderem, assistam.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Religião X Ciência

''O místico crê num Deus desconhecido.
O pensador e o cientista crêem numa ordem desconhecida.
é difícil dizer qual deles sobrepuja o outro em sua devoção não-racional.''
(L. L. Whyte)


Não importa suas diferenças, ambos estão em busca de ordem. É uma questão de sobrevivência, já existia nos mais primitivos níveis da vida. O mundo humano se organiza em torno dos desejos, esses responsáveis pela criatividade, literatura, etc, mas também responsáveis pelos preconceitos e as ilusões, e por conta disso a ciência sempre tentou se desvincular deles, para que se tenha um conhecimento mais objetivo da realidade.

Mas, o que é que separa a ordem do senso comum, da ordem científica?

Pode-se dizer que religião, magia, astrologia, milagres... são absurdos?
O que são absurdos?
- ''O mundo de cada um é sempre lógico do seu ponto de vista.''


Mas a ciência não, ela se foca nos fatos, em dados, reais, não em crenças...  SERÁ?


''As marés acontecem porque a água é puxada pelo Sol e pela Lua. Mas como? Haverá cordinhas invisíveis? Dizer que é a força da gravitação não resolve, porque é o mesmo que dizer que uma coisa puxa outra sem fios materiais que as unam. Seja honesto: você entende como isso acontece? Se não entende, por que acredita?''


Ou seja, a ciência também estuda o invisível, ela parece tão absurda quanto o senso comum.
Antigamente as pessoas acreditavam naquilo que elas viam, e explicavam os fatos através de suas experiências, atribuiam à Deuses e forças sobrenaturais, hoje em dia isso tudo é considerado um absurdo, porém , o que a ciência faz não foge muito disso, ela se baseia não em fatos, mas em teorias e hipóteses, como no caso da gravidade.


Tanto ciência como religião buscam uma ordem para as coisas baseadas no invisível, a nossa experiência cotidiana só é capaz de captar as coisas que são transitórias. 
''Porque as coisas que são vistas são transitórias, mas as coisas que não são vistas são eternas.'' (apóstolo Paulo, 2Cor 4,18)






Esse raciocínio foi baseado no livro: Filosofia da Ciência, de Rubem Alves, que eu achei bastante interessante e resolvi trazer pra cá.
Coloca em cheque essa questão da ciência sempre se exaltando sobre a religião, por ser baseada em fatos concretos e não em crenças invisíveis, quando na verdade desde o surgimento da ciência ela se baseia em crenças invisíveis, as primeiras teorias ditas científicas a respeito no universo e seu funcionamento foram formadas através da imaginação desses cientistas, movidos pelo surgimento de algum problema, e a necessidade de manter uma ordem, fazendo hipóteses a cerca de tudo aquilo que eles acreditavam estar acontecendo para além da Terra ou de suas próprias leis.