segunda-feira, 25 de abril de 2011

As três fases do espírito

1. A primeira fase, a do camelo. ''A força desse espírito clama por coisas pesadas e das mais pesadas.'' Esse espírito se encarrega de questões pesadas sobre a existência. Assim como o camelo atravessa o deserto, quente, perigoso, carregando peso sobre si, o espírito dessa fase se imbui na aura do questionamento não menos fatal do próprio ser. É sempre uma travessia solitária, única, mesmo se feita em companhia. O espírito do camelo se modifica em um mais impulsivo que aspira a liberdade.


2. Na solidão da cruzada particular, o espírito do camelo torna-se um leão, feroz e animal. Então, rebela-se contra o que antes fora seu Deus e que, hoje, nada mais é que um monstro mitológico em froma de dragão. Esse antigo Deus diz: ''tu deves'', mas o leão diz: ''eu quero''. Aqui nasce o espírito livre, pois é aquele que diz não a Moral. Apenas um espírito de leão tem coragem para combater esse dragão milenar, tratado como ouro, onde em cada uma de suas escamas está inscrita as leis da moral.


3. Por fim, paradoxalmete, o camelo, que virou leão, torna-se uma criança ou um espírito infantil. A criança carrega em si o germe do esquecimento e da inocência, mas acima de tudo, a tendência ao movimento por si mesmo. Se antes carregastes um mundo nas costas, se rebelastes contra ele, que podereis vós fazer para viver? Criar um novo, segundo a sua vontade. Vivendo a criança para sí. Ai então é que se diz: ''eu sou''.






Essa é uma crítica de Nietzsche à Moral, coisa que ele se dedicou bastante em fazer, com o obejtivo de fazer um pouco do que eu disse no post anterior, levar as pessoas a pensar! A se libertarem daquele conhecimento que é imposto no início de suas vidas, aquilo com a qual se deparam e são obrigadas a fazer desde cedo, aquilo que é dito como certo e errado. Ele propõe que as pessoas destruam essa idéia de moral formada de maneira equivocada, como ele explica depois em contextos históricos, e formem uma moral mais coerente com a realidade do homem. Ele não propõe a moral seja banida, ele tem consciência de que ela é crucial para a existência de uma sociedade, porém, uma moral que dê espaço para os desejos e necessidades humanas, uma moral que não repreenda a vida. Ele quer que as pessoas PENSEM sobre a moral existente, questionem, e formem sua própria moral.




Grande Friedrich.


Texto: João Douglas



E você? Qual a sua opinião sobre toda essa idéia de comportamento adequado, moral, imoral, correto.. que existe em nossa sociedade?

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